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Vânia Duarte

31 May 2019
Corpo & Alma

Diário do meu tapete: Permite-te parar e respirar

Durante muito tempo não dei o devido valor a Savasana. Para mim, aquele final de estar ali deitada no tapete a descansar era a maior tortura e procurava ocupar a mente com todo o tipo de coisas, desde o que teria para fazer a seguir, até ao que gostava de conseguir fazer naquela semana. Parar, estar deitada no tapete de olhos fechados e a respirar sempre foi uma grande tortura, porque para mim durante muito tempo Yoga sempre se resumiu a conseguir fazer os asanas, especialmente os mais estilosos.

E é normal sentir isto, nós não estamos habituados a parar

A vida que levamos, com trabalhos exigentes e toda uma ligação constante ao digital, fazem com que nos seja mesmo complicado parar, afinal de contas a própria cidade em que vivemos, vende acontecimentos incríveis, espaços novos para conhecer, eventos em qualquer esquina e a sensação de termos de estar em todo o lado nunca esteve tão presente como nos dias de hoje. Por outro lado, o Yoga que nos chega pelas redes sociais vive de toda uma imagem física onde os asanas são o foco e isto faz com que as pessoas queiram chegar a elas a qualquer custo, com respirações custosas ou exageros que podem causar lesões.  E eu entendo, porque também eu já estive nesse lugar comum que é o deslumbramento das posturas mais complicadas.

Não me interpretem mal, eu também as gosto de fazer – tentar pelo menos – mas a verdade é que tenho aprendido diariamente que praticar  Yoga é tão mas tão mais do que algo físico que fazes para te sentir bem – ou para mostrar que fazes no Instagram. O Yoga tem-me dado uma grande capacidade de aceitação com o meu corpo e as minhas capacidades, tem-me deixado muitas vezes vulnerável com os meus demónios que às vezes ainda me assombram de me comparar a esta ou aquela pessoa e tem-me acima de tudo ensinado a ter paciência e nada absolutamente nada disto veio de posturas difíceis mas sim de um todo que só se consegue ao assumir o compromisso de praticar, seja de que forma for.

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E isto significa que não precisas de um tapete da moda

Não precisas de roupa fancy para identificares nas redes, de patrocínios, nem de ser Zen, precisas sim de compromisso contigo, precisas simplesmente de aparecer seja na escola, em casa, ao ar livre ou onde quiseres e simplesmente permitires-te parar e respirar. Permitires-te acima de tudo estar presente, no teu tapete, na tua vida e em ti mesma/o. A verdade é que o Yoga foi criado há muitos, muitos anos com o grande objectivo de nos prepararmos para estar sentados durante muito tempo e os asanas que não eram assim tantos serviam exactamente para preparar o corpo para estar parado e presente, duas coisas que deixámos de saber fazer.

E talvez seja por isso que durante muitos anos eu saltei de escola em escola e achei que o Yoga não era para mim, porque eu não procurava parar, eu refugiava-me nas palavras bonitas do “faço yoga para relaxar” quando na verdade o meu objectivo sempre foi conseguir fazer pinos o mais rápido possível e dobrar-me o mais possível e aquilo que o Yoga nos ensina é que tudo vem no tempo certo e quando tem de vir, e ou, tu aceitas isto e entendes que parte da beleza de praticar Yoga é embarcar nesta viagem de descoberta pessoal onde muitas vezes vais ter lutas interiores em cima do tapete ou vais ter sempre aquela sensação que tu não serves para o Yoga.

O bonito disto tudo é que apesar de todo este meu discurso, ainda tenho alturas – cada vez menos – em que me deixo deslumbrar pelas posturas bonitas e perco o foco na respiração durante a prática, e o que me mostra que estou onde realmente tenho de estar, é que tenho cada vez mais noção quando isto acontece e volto ao presente, onde o que importa não é conseguir dobrar a perna mas sim decidir esticar o tapete e praticar, mesmo nos dias mais negros.

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