A nobre arte de não sermos tão exigentes connosco
Estou a voltar. Devagarinho, estou a voltar a este espaço que foi renovado no início do ano. A este blogue que tanto amor me tem dado nos últimos 10 anos e à comunidade incrível que construí ao longo destes anos. Estou a voltar, com mais foco naquilo que quero e não quero e acima de tudo com a aceitação de que às vezes temos mesmo de fazer cedências em coisas que gostamos para outras crescerem.
A verdade é que quando larguei a minha carreira de 11 anos como Designer no final de Junho
Tinha todo um plano estruturado de continuar a fazer crescer a Surya Cristais e ao mesmo tempo voltar com mais foco a este espaço para poder continuar a partilhar a minha jornada de amor próprio especialmente num ano desafiante como este – acredita que também tive os meus momentos. Continuar a levar ao mundo a forma terapêutica e simples como sinto o Yoga, a Thai Massagem e falar-te cada vez mais de respiração e do impacto dela no nosso sistema nervosa central. Queria escrever mais, porque escrever lava-me a alma muitas vezes, queria interagir mais contigo, queria sem dúvida nenhuma estar mais presente aqui.
Mas acabou por acontecer tudo ao contrário, fruto de um verão incrível mas com muito, muito trabalho na Surya Cristais e por isso todos os planos que tinha para aqui saíram ao lado e isto durante algum tempo provocou-me demasiada frustração.
Sentia-me a falhar com este projeto, comigo e com vocês.
Sentia que estava a perder a comunidade que construí e achei durante algum tempo que tudo aquilo que partilhei iria ser esquecido devido à minha ausência e isto durante algum tempo consumiu-me e levou-me a criar metas irreais para o meu dia, com mil tarefas onde gerir este espaço estava incluído e que obviamente acabavam por não ser cumpridas.
Até que algures ali no final de Julho, depois de ter tido uma semana bem complicada decidi que tinha de parar de exigir demasiado de mim, que tinha de aceitar que era só uma, que sim precisava de ajuda em algumas tarefas e acabei por pedi-la, mas que mesmo assim, era importante aceitar que eu não estava a falhar porque não conseguia chegar a todo o lado e foi o que fiz.
A razão de te contar isto é apenas só uma, acho que estamos cada vez mais a exigir de nós, da nossa mente e do nosso corpo.
Eu vivi 15 anos a exigir fisicamente do meu corpo. A querer mudá-lo, a querer moldá-lo para caber num qualquer padrão que eu tinha como perfeito na minha cabeça, e depois de tanto trabalho dei por mim a exigir demasiado da minha mente, fruto talvez, do medo de ser esquecida por aqui ao não estar a entregar conteúdo.
Sei que as redes sociais nos levam a acreditar muito nisto, afinal de contas sabemos que o nosso “amigo algorítmo” quer que estejamos sempre por lá e se não estamos prejudica-nos muito, causando esta dependência de estarmos sempre a criar. Mas eu não sou claramente a pessoa que culpa as redes sociais por todos os males do mundo, sim elas têm impacto em nós, mas muitas vezes a pressão que colocamos em nós próprios por não sabermos delinear limites é muito pior do que as redes sociais.
Foi isso que aprendi ao aceitar por completo que todos os planos que tinha para aqui iam ficar parados
Porque havia outra coisa a precisar de mim. Ao colocar-me num ponto cada vez maior de exigiência não estava a desfrutar do ter conseguido criar o meu negócio, de estar a trabalhar em algo que realmente me preenche e de apreciar as conquistas que ia fazendo.
E é exatamente sobre isto que gostava de chamar a tua atenção, para a quantidade de vezes que dás por ti a não saborear as tuas conquistas porque já estás a pensar na próxima, ou no meu caso, estava a pensar em tudo aquilo que não tinha feito, apesar de ter conseguido outras coisas. São estas coisas que nos causam ansiedade e que nos deixam doentes simplesmente porque exigimos demasiado de nós.
O que acabou por acontecer, é que aceitei que não conseguia chegar a todo o lado. Parei, deixei meio ao abandono todo este projeto com a certeza que iria voltar a seu tempo. Desfrutei genuinamente de outras conquistas, fui de férias e quando regressei mais focada e leve pedi ajuda para voltar a colocar este meu lugar bonito sobre rodas nas redes sociais. E devagarinho, sem pressas, este regressar sem exigências tem-me permitido respirar profundamente e desfrutar genuinamente desta minha nova vida.
O convite que te faço é o de olhares genuinamente para a tua vida e perceberes se estás a exigir demasiado de ti e o porquê. Tens essa consciência ou estás tão em piloto automático que nem te apercebes?
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Inês
Que lindo.
Obrigada por esta reflexão
/desabafo.
Realmente temos a tendência a pensar sempre no que há para fazer, o que nos faz sair do presente e não aproveitar as conquistas do momento.
Força para este regresso
Vânia Duarte
InêsObrigada por me leres. É sem dúvida mesmo importante encontrar um equilíbrio no que já fizemos e no que temos para fazer.
Fatima Ferreira
Adorei o artigo!
Grata pela partilha, um beijinho querida Vânia
Vânia Duarte
Fatima FerreiraObrigada Fátima pelo carinho 🙂