As minhas crenças limitadoras parte 2: Quem sou eu para conseguir?
Em Julho partilhei um artigo contigo sobre uma das minhas maiores crenças limitadoras de sempre: o dinheiro e o medo da escassez e hoje vou dar continuidade a este tema com outra grande crença que era a de não acreditar nas minhas capacidades por me comparar com outras pessoas.
Quem sou eu para conseguir criar algo meu?
Acredita que tive muitos momentos em que achei que era uma completa estupidez tricar a minha carreira de Designer, pelos cristais, o Yoga e a Thai Massagem. Como é que eu me iria safar num mercado carregado de professors de Yoga? Dei por mim muitas vezes a questionar o meu valor. Quem era eu para guiar alguém num tapete?
Confesso que ainda hoje me questiono sobre isto e na verdade não o acho errado, é uma responsabilidade gigantesca guiar alguém numa prática de Yoga, mas hoje em dia eu encaro isto com noção do meu valor, e durante muito tempo eu simplesmente achava que existiam professores tão melhores do que eu, portanto ninguém iria querer ter aulas comigo.
Pensei o mesmo dos cristais. Tantas lojas por aí, físicas e online, tanta opção, tanta escolha, quem era eu para achar que seria capaz de criar um negócio sustentável num mundo tão saturado como os cristais?
E durante muito tempo esta foi a minha maior questão: Quem sou eu?
Quem sou eu para achar que consigo isto, que mereço aquilo, que sou capaz. Questionei muito o meu próprio valor, questionei as minhas capacidades e deixei que o síndrome do impostor tomasse conta de mim. Pensei mesmo em desistir.
A verdade é que muitas vezes as redes sociais não ajudaram. Eu acabava a comparar-me a outras pessoas e a outros projetos com muito sucesso e deixava que essa comparação levasse a melhor à minha confiança. Foram várias as vezes em que achei que a decisão que tinha tomado era uma profunda estupidez porque existiam pessoas melhores do que eu no mercado ou porque havia demasiada oferta.
E isto acabou por me despertar para algo com o qual eu lidei durante muito tempo na minha vida, e que era o facto de achar que os outros são sempre melhores do que eu e deixar que esta falta de confiança acabasse por condicionar as minhas decisões. Lidei com isto durante todos os anos que vivi com um distúrbio alimentar e voltei a lidar quando decidi que queria mudar de carreira.
Comecei mesmo a refletir sobre isto
Escrevi muito sobre esta questão, sobre os medos que me estavam a condicionar, sobre o porquê de achar que os outros eram melhores que eu e percebi que tinha chegado a um caminho com duas escolhas. Percebi que durante algum tempo eu disse que queria mudar de carreira mas não tinha nada palpável a que me agarrar, e agora naquele momento em que apesar dos meus medos, tinha conseguido construir algo sustentável, tinha duas opções: deixar o medo falar mais alto e dar um passo atrás, ou dar um passo em frente mesmo com medo.
Acabei por perceber que desde que comecei a fazer as minhas formações, desde que comecei a trabalhar no nascer e crescer da Surya, o medo sempre esteve presente, mas o entusiasmo e a paixão com que me estava a entregar tinham feito com que o meu coração falasse muito mais alto do que a cabeça, e justamente quando as coisas estavam firmes é que a cabeça começou a falar.
Nesse momento escolhi desligar.
Lembro-me de ter feito uma semana de detox digital. Apaguei todo o ruído e procurei encontrar o meu porquê no meio de tudo isto. O verdadeiro porquê de querer ensinar Yoga, o verdadeiro porquê de querer partilhar minerais da forma que partilho, o verdadeiro porquê de querer levar a Thai Massagem a mais pessoas e percebi que era esse porquê que me tornava única num mercado saturado.
Era o saber exatamente porque é que estava ali, porque é que tinha seguido este caminho que tornava tudo isto diferente. Porque a verdade é que podemos ser muitos a ensinar Yoga ou a partilhar cristais, mas ninguém é igual a mim, ninguém teve as mesmas experiências que eu é exatamente esta singularidade que torna o meu caminho diferente.
Por isso, se sentes o mesmo procura o teu porquê. Ouve o teu coração porque ele tem sempre resposta para as tuas dúvidas e procura o teu porquê. Se ele for verdadeiro, garanto-te que será muito mais forte e estável do que qualquer medo que possas ter. E por ultimo, não te compares. Inspira-te mas não compares a tua jornada à de outra pessoa. Foca-te no teu caminho, esse é o único segredo.
Patricia Teles
“Por isso, se sentes o mesmo procura o teu porquê. Ouve o teu coração porque ele tem sempre resposta para as tuas dúvidas e procura o teu porquê. Se ele for verdadeiro, garanto-te que será muito mais forte e estável do que qualquer medo que possas ter. E por ultimo, não te compares. Inspira-te mas não compares a tua jornada à de outra pessoa. Foca-te no teu caminho, esse é o único segredo.”
Obrigada por estas palavras.
Que o universo te guie sempre.