Acredita que só vale a pena se for por ti
Esta é provavelmente a maior verdade que aprendi no último ano e meio. Que todo o esforço, todo o suor e as lutas interiores entre manter uma alimentação saudável versus querer devorar um pacote inteiro de bolachas, só faz sentido quando é feito por nós e para nós.
Não foi uma coisa que aceitei assim de um dia para o outro
Mas tenho mesmo tentado interiorizar isto e parece que quanto mais o faço, mais leve me sinto. Especialmente quando falho treinos, que era algo que antigamente me deixava completamente em baixo e a sentir-me uma nulidade.
Sabem, eu acho que as partilhas de vida saudável, de experiências e de rotinas são boas. Eu adoro fazê-lo para poder inspirar ou motivar outras pessoas a acreditarem mais nas suas capacidades. Mas nos últimos tempos há quase uma obsessão estranha para se transmitir uma imagem de perfeição e de dia-a-dia incrível que me incomoda um bocado. Especialmente porque sei, que tal como eu, que já estive num buraco bem fundo onde me martirizava de cada vez que não comia 100% bem, há imensas pessoas a afundarem-se todos os dias em compulsões de cada vez que não conseguem alcançar os objectivos criados. Ou não conseguem chegar ao corpo da pessoa que admiram apesar de treinarem imenso.
Eu admiti que tinha problemas emocionais com a comida.
Admiti que levei o exercício para um nível de obsessão que não me fez nada bem. E nos últimos tempos por essa internet fora, tenho assistido a imensas meninas a terem grandes crises de ansiedade por se sentirem assoberbadas com a obrigação de estarem bem. De comerem bem e de não falharem uma ida ao ginásio.
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É assustador mas é verdade. E se antigamente havia um padrão de beleza muito magro imposto por modelos, hoje em dia os padrões mudaram mas não as imposições de se ter o abdominal mais traçado ou o rabo mais duro da galáxia.
O pior disto tudo é que quanto mais contas “fitness” sigo, mais percebo que há muita gente a sofrer de Overtrainning ou de ortorexia. E há sobretudo muita gente com corpos maravilhosos que continua à procura de um qualquer santo graal. E quanto mais perto estão mais insatisfeitos se sentem.
Uma coisa que já consegui aceitar para mim é que não faz mal falhar treinos.
Não faz mesmo acreditem. Eu adoro treinar e por norma sou muito regular, mas há alturas, em que até eu me sinto mais cansada ou pura e simplesmente me apetece ficar na cama. E se antigamente isto acontecia e eu passava o dia todo a achar que era fraca e acabava a enfardar comida, hoje em dia comecei a aceitar que não posso ser escrava do exercício nem da alimentação.
Sim é bom treinar, mas também é bom ouvir o nosso corpo. É óbvio que há uma grande diferença entre parar para descansar e parar para procrastinar. Aquele parar, que deixa a preguiça apanhar-nos e ficamos ali num vai não vai para voltar. Sim isto também me acontece às vezes, acreditem. Aconteceu-me inclusive muito recentemente.
Mas acima de tudo, aquilo que esta viagem emocional que tenho traçado me ensinou, foi que quero ser saudável por mim.
Quero manter-me equilibrada por mim, pelo meu amor próprio e só estando verdadeiramente em paz comigo é que consigo estar bem com os outros. Percebi acima de tudo que foi depois de me ter colocado como prioridade máxima, passei a conseguir ouvir-me por inteiro. Ouvir todas as queixas do meu corpo, todas as necessidades e todas as coisas maravilhosas que ele é capaz de fazer quando está em plenitude.
Aprendi que apesar de ter caído muitas vezes ao longo de 15 anos, consegui erguer a cabeça e sentir-me bem na minha pele. Aprendi a olhar para o espelho e a sorrir. Mesmo que nestas perrnas exista celulite e que a barriga não esteja definida. Não me importa. Genuinamente não me importa. Porque este corpo que é meu e é incrível, conta muitas histórias. E foram todas elas que me trouxeram a este patamar.
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E a isto meus caros, a isto eu chamo evolução.
Mais do que uma evolução física é a evolução psicológica que eu tanto agradeço ter acontecido. Porque por mais momentos menos bons que possam às vezes existir, nada me tira esta alegria de ter finalmente aprendido a viver na minha pele com respeito.
Claudia - Mulher XL
Todos os extremos são maus!
O mais importante acima de tudo é sentirmo-nos bem, fazermos o que é o melhor para o nosso corpo sem cair em exageros. Se o fizermos… seremos saudáveis, mesmo que não correspondemos ao padrão de beleza magro 🙂
Claudia