Quando te doer, vai com mais força | Compulsão Alimentar
Como lidar com o pós de uma compulsão alimentar? É uma das coisas que mais me perguntam na verdade. Como não deixar que a tristeza, a mágoa e a vergonha tomem conta de nós, é algo que fui trabalhando ao longo dos anos. E aquilo que descobri é que no pós compulsão alimentar, mais do que chorar, tens de levantar a cabeça e ir com mais força.
Mas a verdade é que este, não é um daqueles textos que te vai dizer “No pain, no gain”. Se me conheces sabes bem que para mim esse é daqueles lemas palermas. Que só servem para as pessoas acharem que de cada vez que treinam precisam de ir ao limite. Precisam de suar como se estivessem estado debaixo de uma cascata, ou então de nada valeu a pena e era melhor terem ficado em casa.
Todos os treinos valem a pena minha gente. Todos aqueles que tu decidiste ir. Que não te boicotaste e que terminaste com a sensação de dever cumprido, mesmo não tendo encharcado a toalha valem a pena. Por isso não, este não é um post para te dizer que se não te dói não faz efeito. Mas sim, que quando te doer cá dentro no peito é ai que tens de ir com tudo. Estás confusa? Eu explico.
Costumo dizer que o exercício é o meu elixir para tudo.
É quase uma formula mágica que eu uso para me sentir ainda melhor nos dias em que acordo cheia de energia. E para usar como saco de pancada nos dias em que me apetece gritar com o mundo. E o que tenho aprendido nos últimos tempos é que o exercício, consegue ser mais poderoso do que pensamos e a mim já me salvou mais vezes do que eu posso acreditar.
Sabes aqueles dias em que parece que tens o mundo virado contra ti? Ou aquelas épocas da vida em que nada corre bem e que pura e simplesmente só nos apetece ficar fechadas em casa? Todos os temos. Uns mais do que outros mas não há ninguém com uma vida 100% perfeita. E muitas vezes o que acontece é que quando nos sentimos mais em baixo, o primeiro pensamento que nos vem à cabeça é – vou consolar-me com comida. E atiramo-nos de boca à primeira tablete de chocolate que vemos.
A compulsão alimentar sempre esteve muito presente na minha vida.
A verdade é que sempre fui de me consolar emocionalmente com comida, mas o problema é que na maior parte das vezes a coisa não ficava por ali porque obviamente, o nosso sofrimento também não desaparece como por magia. E estando a caixa de pandora aberta, estava tudo lançado para começar a descambar. E todo um ritual de comer sem parar começava.
Óbvio que não há mal em comeres algo fora do teu plano normal. Mas tu sabes bem que este tipo de comer para confortar que falo só te faz bem no momento. E que o pós da compulsão alimentar, costuma ser muito mau, portanto ouve-me com atenção:
Não comas quando te sentes revoltada ou triste, não te confortes com comida quando a tua alma dói.
Respira fundo. Dá dois ou três passos para longe da despensa e atira-te para o treino como nunca fizeste antes. Descarrega as tuas frustrações nas barras e nos pesos. Corre mais longe ou mais rápido. Salta mais alto, veste a tua camisola de atleta invencível e treina com tudo. Com amor, com ódio, com dedicação e dor mas treina. Se tiveres de chorar, chora. Se tiveres de gritar porque aquilo que te magoa, grita. Mas vai, vai mais longe e com mais força, vai com todas aquelas forças que tu achas que não tens. Vai com tudo porque isso leva-te para longe daquilo que já conheces e te faz mal: a compulsão alimentar.
Este não é um treinar para queimar mais calorias
Este é um treinar para evitar que te afogues nelas juntamente com aquilo que te magoa. Este é aquele treinar que eu considero um salvamento express. Aquele vir à tona quando tudo parece muito escuro. Aquela âncora a que te agarras para não te afogares nas coisas que te magoam.
E a verdade é que quando terminar e estiveres esgotada, vais conseguir perceber que apesar de tudo conseguiste ficar por cima. E vais agradecer por naquele dia, não teres sucumbido aos momentos negros que te iriam deixar ainda mais sem rumo.
Sim eles podem regressar, mas pelo menos hoje tu tiveste mais força.
Daniela
Concordo plenamente. É bom sair de casa, estar com outras pessoas…quando voltarmos tudo vai ser diferente e se calhar não vamos explodir ou agarrar-nos à comida como se não houvesse amanhã!
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Danielaé mesmo isso 🙂 beijinhos
Lúcia Moreira
Adorei o texto, aliás, adoro tudo o que escreves! Obrigada pela motivação!
Beijinhos,
BabyLú
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Lúcia Moreiraoh minha querida lucia, muito obrigada <3 beijinhos grandes